segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Pra vcs!!!


E eles chegam, em grupos ou solitários...
barulhentos e brincalhões, logo se calam diante da
presença contida que se prosta quase que diariamente
no mesmo ambiente.
O silêncio inicial se evade quando se juntam e se amontoam
num belo  e desordenado ciclo de sorrisos, olhares, conversas  e sonhos...
Impossível conter o riso ou as lágrimas quando pensamos
no pôr do sol e na busca por outros ares.
Me alimento do que trocamos e só me enxergo
nessa doce missão que me apaixona
 a cada despertar do sol
num universo de desafios...
São tão meus e eu tão deles desde o dia em que atravessei
a rua e mudei de ares...
e a gente se entende, se mima,
cresce e vive numa atmosfera colorida
alheia a qualquer nuvem escura.
Como falam é amor...
tão perfeito e tão gigante
quanto minha alegria
em ter me descoberto o que sou

ou no que me ensinaram a ser.

sábado, 20 de setembro de 2014

Cirandando...


Encontro de alunos da Erem Pradines com alunos de uma escola pública de São Paulo em um projeto da rainha da ciranda: Lia de Itamaracá. 

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Bônus do semestre

Atividade bônus

Bem galerinha, eis a postagem da atividade bônus do semestre. Reflitam, inspirem-se, comentem, divirtam-se!!!



Se antes de cada ato nos pudéssemos a prever todas as consequências dele, e pensar nelas a sério, primeiro as imediatas, depois as prováveis, depois as possíveis, depois as imagináveis, não chegaríamos sequer a mover-nos de onde o primeiro pensamento nos tivesse feito parar. 
Texto de José Saramago

sábado, 16 de agosto de 2014

Texto finalista da etapa escolar

A Pedra que não canta mais *
Aluna: Iara Fonseca 3º ano A  

            O pai de Chicó e João Grilo, o nordestino "cabra da peste", Ariano Suassuna, sempre fez questão de alertar nosso povo para se orgulhar, preservar e propagar a riqueza da cultura popular brasileira. Porém, no lugar onde vivo, a cultura parece sucumbir ao descaso e ao abandono.
            Itamaracá, pequena e encantadora ilha do litoral norte de Pernambuco. Os índios a chamaram de pedra que canta, devido ao som produzido pelo encontro das águas do mar com as pedras. Foi a menina dos olhos do saudoso cantor Reginaldo Rossi e é o reino da pedra preciosa que canta ciranda, a rainha Lia. Embora  sejam parte da cultura da ilha, Lia e as rodas de ciranda têm sido cada vez mais  raras em festas na cidade. Esse fato tem gerado muita divergência de opinião entre os nativos do lugar.
            Os mais antigos não se cansam de contar histórias sobre os anos de ouro da ciranda e seus festivais que atraiam multidões para a praia de Itamaracá. Segundo Dona Maria, representante do grupo da terceira idade, a cultura de Lia faz parte do tesouro da ilha e não pode ser esquecida. Ela ainda conta que, nas raras apresentações da cirandeira, sempre faz questão de colocar sua saia rodada e se entregar ao balanço e ao ritmo que a acompanha desde que nasceu.
            Já a maioria da população jovem posiciona-se contra a presença da ciranda nas festas da cidade. O estudante  Higor Silva, argumenta que ritmos como o rock, o brega e o funk não dão espaço para que a dança cultivada por seus pais e avós conquiste sua geração. Para ele, a globalização e o avanço tecnológico abriram um leque de possibilidades para que outras preferências musicais despontassem. Com isso, o que se vê é um processo de aculturação, causando a perda da verdadeira essência ilhéu.   Segundo Maria Lúcia e Maria Helena no livro Filosofando,"cultura é o sentido de ser, pertencer a um determinado grupo, região." Mas a identidade cultural da ilha vem sendo dominada por outros ritmos musicais, especialmente por alguns bregas com linguagem pejorativa e sem a mínima coerência e, a meu ver, não colaboram em nada com nossa história cultural.
            Porém não podemos apenas culpar os jovens por esse assassinato cultural, pois parte de nossa própria administração municipal, há muito tempo, vem tratando esse assunto com descaso. A própria Lia, em uma entrevista feita pelo Diário de Pernambuco, disse que é  preciso buscar quem valorize sua arte, pois "se  ficar na ilha, vai ficar a ver navios''.
            Infelizmente carregar o nome da ilha  mundo afora não tem sido mais um motivo para ser reconhecida. Há algum tempo as apresentações cirandeiras resistiam nas noites de sábado em um local humilde à beira mar. Porém a fragilidade da estrutura não suportou o último inverno e veio a desabar, colocando um fim melancólico e revoltante ao balanço de mãos e corpos guiados pela voz forte da rainha, sob a luz da lua e testemunhado pelo vai e vem das ondas do mar.

    Assim, sou filha da ilha e dói ver a verdadeira pedra que canta e encanta sendo silenciada pelo desprezo. Meu maior medo é que nossas raízes e matrizes morram por falta de irrigação. Na minha opinião, a ciranda não tem prazo de validade nem indicação para determinada faixa etária. Defendo a ideia da implantação de projetos nas escolas para que, desde pequenos, os ilhéus tenham plantadas em seus corações a semente da  ciranda. Amo essa dança que, para mim, é um verbo que conjugamos juntos, de mãos dadas, a cada passo marcado pelos tambores e se emoldura como minha identidade cultural. É preciso aprender a valorizá-la para evitar que nossa rainha morra e seu legado seja esquecido pelas futuras gerações. Como diz o poeta  Azuir Filho, no blog  Giramundo, "a ciranda de Lia ajuda a libertar os humanos da pequeneza e os leva à condição de igualdade e de irmandade para construírem em união e comunhão o entendimento e a felicidade das comunidades humanas."    

* Texto selecionado pela comissão julgadora como representante da Erem Pradines na etapa municipal das Olimpíadas da Língua Portuguesa 2014, na categoria artigo de opinião.                                                                                                                                                                                                                                                                   

Texto finalista da etapa escolar

Pesca abusiva: Corrupção em alto mar
Aluno: Danilo Rafael  3º ano A

    O lugar onde eu vivo é um pequeno paraíso repleto de belezas singulares, cantado em verso e prosa por diversos poetas que se rendem ao encanto dessa terra. A ilha de Itamaracá, banhada pelo Oceano Atlântico e pelo canal de Santa Cruz possui praias de águas claras, coqueirais imponentes, povo simples e festeiro. Tudo isso contribui para tornar a minha ilha um dos pontos turísticos mais ricos de Pernambuco.
            O canal de Santa Cruz, que separa uma parte da ilha do continente é a fonte de sobrevivência de grande parte da população ilhéu, principalmente dos moradores do povoado de Vila Velha. Porém a pesca abusiva , no decorrer dos anos, vem ameaçando a existência de várias espécies. A pesca é uma das identidades do povo itamaracaense e garante o sustento de várias famílias que sobrevivem desse trabalho. Porém um tipo de pesca utilizada por alguns pescadores, vem dividindo as opiniões em Itamaracá.
    A “bomba”, nome dado à dinamite que é lançada ao mar, é um objeto simples feito de pólvora e corda. No seu interior é colocada a pólvora e ao redor várias camadas de corda para dar pressão na hora de explodir. É algo muito simples, mas traz consigo muitas destruições. Quando é lançada ao mar, os peixes pensam que é comida e se aproximam, então a bomba explode e a pólvora que foi colocada no interior da mesma quebra as espinhas dos peixes, fazendo-os morrer em alguns instantes.
    A explosão é muito forte, destrói tudo que esta ao redor. Mata vários animais de todas as espécies e tamanhos, principalmente os corais que são o habitat de várias espécies e levam de 5 a 6 meses para se regenerarem. Na área afetada os peixes se afastam não só pela destruição ocasionada, mas também por todo ambiente que está contaminado. A bomba atinge entre 40 a 50 m de distância, acabando com tudo que é vivo. Um dos animais mais atingidos é a  tartaruga marinha. Várias espécies são vistas mortas na beira da  praia.
    Segundo o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente), a pesca abusiva é proibida por lei e o infrator pode pegar de 4 a 5 anos de cadeia, mas em algumas regiões muitos pescadores ainda praticam esse ato desonesto. Nos dias atuais a ilha vem se tornando invisível para a fiscalização ambiental. O IBAMA não está fiscalizando e o caminho fica livre para os pescadores utilizarem esse método irracional.
            Diversos pescadores defendem o uso das bombas na pesca, como o senhor João Pedro, morador da comunidade de Vila Velha, que argumenta que esta é a melhor forma de capturar uma grande quantidade de peixes de uma só vez.  Ele relata, ainda, que isso não é de hoje, o seu bisavô e o seu avô já usavam e nunca faltou peixe por lá. A população da ilha fecha os olhos para essa matança desordenada. Pensam  que está  tudo bem , que tudo pode voltar ao normal. Muitos moradores da região recebem parte dos pescados em troca do silêncio. Esse ato colabora bastante para o crescimento desse  crime. As bombas são soltas quase todos os dias, mas vale a pena perguntar: Quem sai lucrando  nisso tudo?
    Conforme as evidências, são os  pescadores  envolvidos nesse crime ambiental. Em cada bomba solta eles pegam aproximadamente 300 kg de peixes e vendem por um preço absurdo para a população. Mas por outro lado perdem, aproximadamente,  150 kg que são vistos mortos, despedaçados, na margem do rio. É preciso que toda população  abra os olhos para essa matança desordenada , principalmente as autoridades da cidade, que devem ter   consciência do problema e investir mais em educação e projetos sociais, realizando campanhas de conscientização junto aos pescadores.
    Portanto, tem que  haver uma fiscalização mais rígida pelo IBAMA, pois nós   moradores não sabemos mais o que fazer. Eu sei que não é uma bomba destrutiva como a de Hiroshima e Nagasaki,  que horrorizou  os olhos  do mundo na Segunda Guerra Mundial, mas é uma bomba que está acabando com as riquezas de uma ilha rica em biodiversidade. Em minha opinião,  se o IBAMA  começar  a fiscalizar novamente ,e as pessoas começarem a ter consciência do problema, toda ilha  será beneficiada  e  não vai haver  mais destruições no nosso espaço ambiental.