Pesca
abusiva: Corrupção em alto mar
Aluno: Danilo Rafael 3º ano A
O lugar onde eu vivo é um pequeno paraíso
repleto de belezas singulares, cantado em verso e prosa por diversos poetas que
se rendem ao encanto dessa terra. A ilha de Itamaracá, banhada pelo Oceano Atlântico
e pelo canal de Santa Cruz possui praias de águas claras, coqueirais
imponentes, povo simples e festeiro. Tudo isso contribui para tornar a minha ilha
um dos pontos turísticos mais ricos de Pernambuco.
O
canal de Santa Cruz, que separa uma parte da ilha do continente é a fonte de
sobrevivência de grande parte da população ilhéu, principalmente dos moradores
do povoado de Vila Velha. Porém a pesca abusiva , no decorrer dos anos, vem ameaçando
a existência de várias espécies. A pesca é uma das identidades do povo itamaracaense
e garante o sustento de várias famílias que sobrevivem desse trabalho. Porém um
tipo de pesca utilizada por alguns pescadores, vem dividindo as opiniões em
Itamaracá.
A “bomba”, nome dado à dinamite que é
lançada ao mar, é um objeto simples feito de pólvora e corda. No seu interior é
colocada a pólvora e ao redor várias camadas de corda para dar pressão na hora
de explodir. É algo muito simples, mas traz consigo muitas destruições. Quando
é lançada ao mar, os peixes pensam que é comida e se aproximam, então a bomba explode
e a pólvora que foi colocada no interior da mesma quebra as espinhas dos peixes,
fazendo-os morrer em alguns instantes.
A explosão é muito forte, destrói tudo que esta
ao redor. Mata vários animais de todas as espécies e tamanhos, principalmente os
corais que são o habitat de várias espécies e levam de 5 a 6 meses para se regenerarem.
Na área afetada os peixes se afastam não só pela destruição ocasionada, mas também
por todo ambiente que está contaminado. A bomba atinge entre 40 a 50 m de distância,
acabando com tudo que é vivo. Um dos animais mais atingidos é a tartaruga marinha. Várias espécies são vistas
mortas na beira da praia.
Segundo o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente), a pesca abusiva é proibida por lei e o infrator pode pegar de 4 a 5
anos de cadeia, mas em algumas regiões muitos pescadores ainda praticam esse
ato desonesto. Nos dias atuais a ilha vem se tornando invisível para a
fiscalização ambiental. O IBAMA não está fiscalizando e o caminho fica livre
para os pescadores utilizarem esse método irracional.
Diversos pescadores defendem o uso
das bombas na pesca, como o senhor João Pedro, morador da comunidade de Vila
Velha, que argumenta que esta é a melhor forma de capturar uma grande quantidade
de peixes de uma só vez. Ele relata,
ainda, que isso não é de hoje, o seu bisavô e o seu avô já usavam e nunca
faltou peixe por lá. A população da ilha fecha os olhos para essa matança
desordenada. Pensam que está tudo bem , que tudo pode voltar ao normal.
Muitos moradores da região recebem parte dos pescados em troca do silêncio. Esse
ato colabora bastante para o crescimento desse
crime. As bombas são soltas quase todos os dias, mas vale a pena perguntar:
Quem sai lucrando nisso tudo?
Conforme as evidências, são os pescadores envolvidos nesse crime ambiental. Em cada
bomba solta eles pegam aproximadamente 300 kg de peixes e vendem por um preço
absurdo para a população. Mas por outro lado perdem, aproximadamente, 150 kg que são vistos mortos, despedaçados, na
margem do rio. É preciso que toda população abra os olhos para essa matança desordenada ,
principalmente as autoridades da cidade, que devem ter consciência do problema e investir mais em
educação e projetos sociais, realizando campanhas de conscientização junto aos
pescadores.
Portanto, tem que haver uma fiscalização mais rígida pelo IBAMA,
pois nós moradores não sabemos mais o que fazer. Eu sei
que não é uma bomba destrutiva como a de Hiroshima e Nagasaki, que horrorizou os olhos
do mundo na Segunda Guerra Mundial, mas é uma bomba que está acabando
com as riquezas de uma ilha rica em biodiversidade. Em minha opinião, se o IBAMA
começar a fiscalizar novamente ,e
as pessoas começarem a ter consciência do problema, toda ilha será beneficiada e não
vai haver mais destruições no nosso
espaço ambiental.
Interessante e bem pertinente denúncia que contém este artigo. Não conhecia esta prática de pesca que de fato prejudica a fauna e a flora marinha desta região!
ResponderExcluirUm ótimo alerta, Danilo!